Governo de SC terá mais sete dias para fazer a lição de casa na Saúde contra o coronavírus
- NSC TOTAL | FOTO: REPRODUÇÃO
- 30 de mar. de 2020
- 2 min de leitura

Indiscutivelmente, o cenário traçado nos últimos quatro dias em Santa Catarina levava o governador Carlos Moisés da Silva a voltar atrás. O plano estratégico de retomada, pensado para fazer o Estado voltar à ativa, trouxe preocupação diante de uma evolução dos casos de coronavírus e o desenvolvimento dos índices no Brasil e em outros países. Não havia clima médico para o recomeço, mesmo que a economia peça socorro dia após dia.
Serão mais sete dias para Santa Catarina fazer a lição de casa. Seja com pressão sobre o governo federal ou outras medidas para agilizar a logística dos equipamentos da saúde, abre-se uma nova contagem regressiva a partir desta semana. A “convivência com o vírus” depende da estrutura catarinense para encará-lo. É nisso que o Estado precisa estar focado, caso contrário as atividades econômicas vão ter que esperar mais tempo para a retomada, algo que também preocupa as pessoas.
O recuo de Moisés revela um erro de estratégia. O anúncio do plano na quinta-feira (26) foi feito cedo demais. O governo catarinense precisaria ter esperado mais até ter as garantias suficientes de equipamentos de que poderia encarar a reabertura das atividades econômicas. Como se percebe, não haviam tais garantias, tanto que o recuo foi necessário. Aguardar pelo menos até esta segunda-feira (30), por exemplo, seria um bom caminho.
Não se discute a importância da retomada da economia. O centro do debate aqui é como o governo decide encarar o novo momento. Falta estrutura de saúde no Estado para tanto. O catarinense somente estará seguro e se sentirá desta forma quando os números de leitos, testes e equipamentos se mostrarem suficientes para o recomeço.
Os governantes precisam entender que não há como prever de 100% de acerto nas ações neste momento. Isso somente aconteceria caso fossem evitadas todas as mortes ou a economia saísse ilesa, sem perda de empregos e fechamento de empresas. Mas isso, infelizmente, tornou-se impossível diante de um quadro de pandemia e dos resultados iniciais já conhecidos.
As ações contra o coronavírus devem ser para errar da menor forma possível a partir de então. Estender o isolamento trará danos à economia, mas preservará vidas. Isso não impede os governos de agirem com pacotes econômicos. Na verdade, enquanto há ações na saúde, o trabalhador e o empresário precisam de auxílio. Tudo deve caminhar junto.
Comments