Ministério da Saúde investiga possível paciente com coronavírus em São Paulo
- G1
- 26 de fev. de 2020
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O Ministério da Saúde, em conjunto com as secretarias estadual e municipal de São Paulo, investiga possível caso positivo de coronavírus na capital paulista. Agora, o caso vai para o Instituto Adolfo Lutz para contraprova.
O Hospital Albert Einstein, na Zona Sul da capital paulista, registrou em 25 de fevereiro a notificação do caso suspeito de um homem de 61 anos. Ele é brasileiro e viajou para o norte da Itália entre 9 e 21 de fevereiro. O paciente tem sinais brandos da doença, como tosse, e está em isolamento domiciliar.
"O paciente encontra-se em bom estado clínico e sem necessidade de internação, permanecendo em isolamento respiratório que será mantido durante os próximos 14 dias. A equipe médica segue monitorando-o ativamente, assim como as pessoas que tiveram contato próximo com ele", diz nota do Hospital Albert Einstein (veja nota completa abaixo).
O Ministério da Saúde deve fazer um pronunciamento oficial nesta quarta-feira (26), após resultado do Instituto Adolpho Lutz. O governo afirma que vai mapear quem teve contato com o paciente.
"É claro que preocupa, São Paulo é a maior cidade do país. É uma confirmação feita por um hospital privado, agora será feita a contraprova pelo Instituto Adolfo Lutz. O resultado sai amanhã pela manhã. O paciente está clinicamente bem. A recomendação é isolamento domiciliar. Agora vamos fazer o mapeamento com quem ele teve contato", disse o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta.
Cuidados
Cobrir a boca e nariz ao tossir ou espirrar, lavar as mãos e evitar contatos com pessoas doentes são algumas das orientações do Ministério da Saúde para se prevenir contra o novo coronavírus.
O ministério elaborou uma relação de cuidados básicos de prevenção para reduzir o risco de contrair ou transmitir o vírus.
Quais são os cuidados
Cobrir a boca e nariz ao tossir ou espirrar; Utilizar lenço descartável para higiene nasal; Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca; Não compartilhar objetos de uso pessoal; Limpar regularmente o ambiente e mantê-lo ventilado; Lavar as mãos por pelo menos 20 segundos com água e sabão ou usar antisséptico de mãos à base de álcool; Deslocamentos não devem ser realizados enquanto a pessoa estiver doente; Quem for viajar aos locais com circulação do vírus deve evitar contato com pessoas doentes, animais (vivos ou mortos), e a circulação em mercados de animais e seus produtos.
Sem pânico
Para o infectologista Ronald Pedrosa, é necessário reforçar os cuidados para evitar o contágio (veja acima), mas não há motivo para os brasileiros entrarem em pânico, mesmo em ambientes com grande circulação de pessoas vindas de outros países, como por exemplo aeroportos.
"Você talvez veja funcionários de alfândega usando máscaras e luvas, mas não há necessidade de ir ao aeroporto usando uma máscara ou entrar em pânico se alguém tossir ao seu lado. Apenas lave bem suas mãos e siga as regras básicas de higienização", indica o médico.
Ele lembra ainda que, mesmo nos países com maior número de casos, a grande maioria deles não tem gravidade, e que apenas as pessoas com idade avançada e saúde debilitada são as que correm mais risco.
Pedrosa não descarta que turistas que vieram ao Brasil para o carnaval possam ter trazido o vírus, sem saber que estavam contaminados, e que novos casos possam surgir daqui a alguns dias, após o período de incubação, que pode durar até 14 dias.
Isso porque, uma vez que o coronavírus passou a se disseminar mais através da Europa, torna-se mais difícil evitar sua propagação mundial.
"Enquanto ele estava restrito à China, era mais fácil fechar as fronteiras para conter a doença. Mas, uma vez que ela chegou à Europa, isso se torna muito mais complicado", afirma.
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