Familiares de detentos seguem sem informações após massacre que matou 57 em presídio no Pará
- GLOBO.COM | FOTO: STRINGER/REUTERS
- 30 de jul. de 2019
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Familiares dos custodiados no Centro de Recuperação Regional de Altamira, no sudeste do Pará, sofrem com a incerteza após o massacre que deixou 57 detentos mortos na manhã de segunda-feira, dia 29. No aguardo da lista de nomes dos detentos mortos, dezenas de pessoas se concentram em frente ao presídio em busca de informações.
"Eu tô desesperada. Eu não consigo notícias de como está o meu filho. Ele está recém-operado. Eles (Susipe) dizem que tá tudo bem, mas não falam realmente como está o meu filho", lamenta a dona de casa Maria Antônia da Silva, mãe de um detento custodiado no presídio.
A falta de notícias é a reclamação mais comum entre os familiares. Segundo eles, a movimentação constante de agentes de segurança dentro da penitenciária gera ainda mais aflição.
"A gente ouve bomba, tem sempre gente entrando. A gente precisa saber, porque caso tenha acontecido o pior, temos que lidar com funeral. Eles (Susipe) precisam avisar pelo menos. Não podemos ficar nessa incerteza. Se não querem divulgar tudo, chame pelo menos a mãe ou esposa de cada preso em particular", disse Vanusa Santana, irmã de um preso na carceragem.
Massacre
Os detentos fizeram uma rebelião por cerca de cinco horas. Dois agentes penitenciários, que chegaram a ficar reféns, foram liberados. Uma briga entre organizações criminosas provocou a rebelião. Segundo a Susipe, internos do bloco A, onde estão custodiados presos de uma organização criminal, invadiram o anexo onde estão internos de um grupo rival.
A secretaria identificou que a facção conhecida como Comando Classe A (CCA) incendiou uma cela onde estavam internos do Comando Vermelho (CV). Posteriormente, a fumaça invadiu o anexo e alguns detentos morreram por asfixia, de acordo com a Susipe. A ação começou às 7 horas e terminou por volta das 12 horas de ontem.
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