Cinco municípios de SC que somam 47 médicos cubanos esperam agilidade na reposição
- Diário Catarinense | Foto: Reprodução
- 17 de nov. de 2018
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A saída de 250 médicos cubanos do programa Mais Médicos em Santa Catarina preocupa os municípios. Muitos deles dependem dos profissionais de Havana para manter o atendimento à população e temem pela demora na reposição dos médicos. Mafra, Joinville, Navegantes, Içara e Caçador concentram 47 médicos cubanos, ou 23% do total de profissionais de Havana no Estado.
Mafra é o município é o que mais tem cubanos pelo projeto em SC, são 13. Eles respondem por 72% do total de médicos que atendem nas equipes de Saúde da Família nos postos da cidade do Planalto Norte. A preocupação, segundo a secretária de Saúde de Mafra, Jaqueline Previatti Veiga, é com a descontinuidade do programa:
— Essa possibilidade de termos 100% de cobertura [da atenção básica] só se deu por conta do programa Mais Médicos. Sem o programa, os municípios não têm como tocar a atenção básica sozinhos. A partir da conquista do programa que conseguimos estruturar a atenção básica. E isso tudo vai retroceder, é o caos. Se a gente não conseguir a reposição desses médicos nos municípios vai ficar complexa a atenção primária — afirma.
Jaqueline explica que além dos 13 médicos cubanos, ainda tem um brasileiro e um venezuelano atuando pelo Mais Médicos, além de dois médicos bancados pelo município, que conta com 18 equipes de Saúde da Família. A secretária acrescenta que há muita dificuldade de permanência dos médicos na cidade, que costuma atrair recém-formados e que saem quando conseguem outras oportunidades.
A expectativa é receber comunicado oficial sobre a saída dos médicos cubanos do programa na segunda-feira, diz Jaqueline.
Joinville é o segundo município catarinense com maior número de médicos cubanos: 11. Seguido por Navegantes e Içara, com nove cada. Na cidade do Litoral Norte, os médicos cubanos atendem nos bairros Machados, Nossa Senhora das Graças, São Domingos 2, Centro, Gravatá, Meia Praia, Verde Mar e São Pedro. O Bairro São Pedro é um dos que mais preocupa, já que a única médica que atende no local é de Cuba.
Em Içara, dos 14 que atendem na atenção básica, nove são cubanos, o que impacta diretamente no atendimento de quase 25 mil moradores. Esses médicos atuam em oito Estratégias de Saúde da Família (ESFs) e no primeiro semestre deste ano realizaram 19,2 mil procedimentos entre consultas, pré-natal, receitas e atendimentos domiciliares.
Já em Caçador são cinco médicos cubanos pelo Mais Médicos, além de três venezuelanos. Dentre as 13 unidades de saúde, os profissionais de Havana atuam nas áreas consideradas de maior vulnerabilidade, explica o secretário de Saúde do município do Meio-Oeste, Ademar Schmitz. Ele diz que a maior preocupação é com a agilidade na contratação de novos profissionais:
— De certa forma já era esperada a substituição de médicos cubanos por médicos brasileiros, mas não assim de uma hora para outra. Se for substituído em prazo relativamente curto, não haverá problema.
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