Secretaria de Saúde implantará protocolo de triagem para classificar risco no pronto-atendimento

A Secretaria de Saúde de São Lourenço do Oeste está aderindo ao protocolo de triagem por cores no Pronto-Atendimento (PA), pois este possui uma função diferente da Unidade Básica de Saúde (UBS). O PA funciona em sistema de plantão, destinado a atendimento de imprevistos e de doenças graves, porém tem atendido cerca de três mil pessoas por mês e, caso fossem todos emergência, seria uma porcentagem muito alta para o município, que tem 23 mil habitantes, aproximadamente.

Rodrigo Silva, diretor técnico e médico auditor da Secretaria de Saúde de São Lourenço do Oeste, explica que no pronto-atendimento se atende um grande número de pacientes, alguns em estado grave, “o que toma bastante tempo”, diz. O diretor conta que isso impossibilita um tempo maior de atenção para doenças crônicas, aquelas que se tem há tempos. “Ou seja, o plantão é para aquela doença que você não sabia que teria ao acordar, ou mal súbito, como acidentes, infarto, apendicite e pneumonia”, acrescenta.

Neste contexto, o pronto-atendimento não trabalha com fichas, mas sim com socorro. “Não podemos usar a ordem de chegada dos pacientes como critério para atendimento. Exemplo: um idoso com dor no peito deve ser passado na frente de um adulto com dor nas costas, mesmo o idoso tendo chegado depois”, enaltece Silva. Por isso, a importância da criação do protocolo de classificação de risco, que terá como base o relato do paciente e o que ele apresenta (sinais e sintomas), a fim de priorizar o que pode deixar sequelas ou até matar.

Classificação por cores De acordo com o diretor, o protocolo no pronto-atendimento de São Lourenço do Oeste será feito por cores, sendo: vermelho (atendimento imediato); amarelo (atendimento em até 30 minutos); verde (atendimento em até duas horas) e azul (atendimento em até quatro horas). “É importante salientar que este será o tempo máximo de espera, não significa que o paciente ficará todo este tempo esperando caso o médico não esteja atendendo as outras cores”, explica Silva.

O diretor técnico e médico auditor da Secretaria de Saúde de São Lourenço do Oeste pede que os pacientes com doenças crônicas procurem uma UBS (posto de saúde), onde o médico tem mais tempo para diagnosticar e acompanhar o caso, dando assim um melhor tratamento à cada um. “Procurar o plantão sem ser urgência, além de não resolver o problema, pode atrapalhar o atendimento de quem realmente precisa”, frisa.

O protocolo de atendimento por cores deve iniciar em aproximadamente 30 dias.

Reformas Visando atender com mais eficiência todos os pacientes, a Secretaria de Saúde realizou algumas reformas no pronto-atendimento. Segundo o diretor Silva, o objetivo foi otimizar o espaço do plantão para atendimentos de urgência e emergência. Assim, a farmácia básica foi deslocada do PA, evitando que pessoas sadias entrassem em contato com doenças e os doentes enfrentassem aglomerações. Hoje, na farmácia, existe ainda uma sala de espera, onde os pacientes poderão ficar sentados até serem chamados pelo nome.

Outros pontos importantes da reforma, destacados pelo diretor, é que os pacientes graves não ficam mais expostos ao restante da população. Para melhorar o sistema de triagem, foi criada uma sala de enfermagem isolada da visão do público, dando mais privacidade ao paciente que está sendo atendido. Há também uma entrada exclusiva para ambulância, direto para a sala de emergência. “Além de agilizar o socorro, evita expor o paciente grave com os demais”, diz o diretor. Também foi criada mais uma sala de observação. “Em resumo, estamos humanizando e dando eficiência no atendimento à população”, finaliza.