É penta, é penta! Exatos 15 anos seleção conquistava o penta, você lembra?
- Estadao.com.br
- 30 de jun. de 2017
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Há exatos 15 anos o mundo se curvava à malemolência do futebol brasileiro. Foi no dia 30 de junho de 2002, em Yokohama (Japão), que o Brasil venceu a Alemanha por 2 a 0 e conquistou o Pentacampeonato Mundial, sagrando-se o maior vencedor da história das Copas do Mundo, posto que mantém até hoje. Uma conquista marcada, acima de tudo, pelo talento. Aquela Copa, por sinal, foi a última decidida pela qualidade individual.
“O maior mérito daquela seleção era o talento. Unir Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho, Roberto Carlos, Cafu e tantos outros bons jogadores em grandes momentos técnicos e físicos é raro. O penta foi conquistado pela máxima extração do talento individual de cada um”, diz Alexandre Lozetti, setorista da seleção brasileira no Globoesporte.com.
O Mundial dos jogos da madrugada, do café da manhã com futebol e das alegrias matinais terminou há 15 anos. A Copa do Mundo de 2002 foi a primeira disputada em dois países e a primeira na Ásia. Japão e Coreia do Sul, nações que não falam o mesmo idioma, sediaram a epopeia da família Scolari. Foram sete cidades, sete jogos e sete vitórias de uma campanha com 100% de aproveitamento e que forçou a torcida brasileira a mudar a rotina.
A seleção testou o sono e a empolgação do público no Brasil. Foram dois jogos da equipe às 3h30 da madrugada, um às 6h da manhã e mais outros quatro às 8h. A solução foi trocar a cama e as horas de descanso pelo apoio em frente à televisão a um elenco que surpreendeu. Antes tido como azarão, principalmente pela campanha ruim nas Eliminatórias, o Brasil cresceu durante a Copa e venceu todos os jogos.
A caminhada começou com uma vitória difícil sobre a Turquia, em Ulsan, na Coreia do Sul, em uma segunda-feira pela manhã, e terminou em 30 de junho, em Yokohama, no Japão, em um domingo. Os dois gols de Ronaldo contra a Alemanha deram a quinta estrela à camisa da seleção brasileira e abriram as comemorações do Brasil ainda na manhã daquele domingo.
Parece que foi ontem. Não me refiro aos 7 a 1 que o Brasil sofreu da Alemanha na Copa do Mundo do Brasil, em 2014, num Mineirão que nunca esteve impávido para aquela partida. Refiro-me aos 2 a 0 que a seleção brasileira meteu na Alemanha, de Oliver Kahn, em Yokohama, no Japão, resultado que deu ao time nacional o pentacampeonato mundial. O Brasil explodiu em alegrias. Esqueceu de seus problemas por algum tempo.
Aquela Copa foi especial, não só pela conquista do Brasil, mas pela forma com que delegação, torcida e jornalistas se entenderam no percurso. Digo isso porque na África do Sul, em 2010, com Dunga no comando, as referências foram outras, muito mais difíceis, sem nenhuma comunhão entre as partes, desprovidas de carisma e com muita gente carrancuda no grupo nacional.
Então, depois de 15 anos, quando se faz uma comparação do que foi uma Copa e outra, ainda teve a Alemanha nesse caminho, em 2006, se nota que 2002, primeiramente na Coreia do Sul e depois no Japão, foi, de fato, diferente, saudosa. Felipão era um treinador rabugento, mas extremamente carismático, do tipo de chamar os repórteres, como, pelo nome. Felipão formou a "Família Scolari", assim batizada, com os jogadores e não queria deixar fora os jornalistas brasileiros. Soube conquistá-los sem avançar os sinais.
Depois de 15 anos, é claro que ficam na memória apenas as histórias mais saborosas e as que deram certo. É uma tendência do ser humano passar por cima dos problemas e apagar da mente episódios complicados e negativos. Eles existiram, mas ficaram pelo caminho. Então, as histórias lembradas agora são positivas.
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