Déficit no armazenamento de grãos preocupa cooperativas em SC
- dc.clicrbs.com.br
- 3 de mai. de 2017
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Por um lado, a notícia é boa: a safra de grãos deste ano em SC é 14% maior do que a do ano passado, levando-se em conta as principais culturas, milho, soja e arroz. Por outro, é ruim: com falta de espaço para armazenagem, até mesmo em colheitas menos volumosas, os produtores e cooperativas do Estado têm tido que gastar com alternativas para guardar os grãos.
Na Cooperalfa a situação vivida é considerada histórica. Como não pode se recusar a comprar a produção dos associados, a cooperativa do Oeste do Estado precisou investir neste ano R$ 1 milhão apenas em armazenagem extra, feita geralmente com silobags, um tubo de plástico flexível. Os 39 armazéns e silos próprios têm capacidade máxima para 13 milhões de sacas. Contudo, em 2017, a Alfa deve receber um total de 19 milhões.
A Coopercampos, no Oeste, também prevê enfrentar problemas de armazenamento. A estimativa de colheita é de 591 mil toneladas de grãos, enquanto a cooperativa tem espaço para 590 mil. Para dar conta de guardar, será preciso recorrer a armazéns de terceiros, o que implica em aumento de custos.
Problema antigo
A falta de espaço adequado para guardar a produção é um velho problema no país, e Santa Catarina não foge à regra. Hoje, a capacidade de armazenamento no Estado é de 4,7 milhões de toneladas, enquanto a necessidade é de 5,2 milhões de toneladas segundo cálculo da Secretaria da Agricultura.
Para estimular a construção de novos armazéns, o Estado criou em 2004 o Programa Armazenar, que subsidia até 1,75% dos juros em financiamentos. Desde então, foram apoiados cerca de 80 projetos, tanto de cooperativas quanto de produtores individuais. A estimativa da secretaria é de que a capacidade de armazenagem tenha aumentado em aproximadamente 500 mil toneladas nesse período. No entanto, a alta dos juros nos últimos dois anos tornou inócuo o programa.
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